Os remanescentes das forças de segurança comandadas pelo Hamas em Gaza intensificaram medidas extremas contra o roubo de ajuda humanitária e o aumento dos preços no mercado negro no enclave, onde a fome e o desespero crescem. Em meio ao caos, homens armados e mascarados, identificados como policiais atuando de forma clandestina, têm usado táticas severas, incluindo tiros nas pernas de suspeitos, em um esforço para restabelecer a ordem.
Ação e punições severas
De acordo com informações apuradas pelo Financial Times, comerciantes que negociam ajuda saqueada estão sendo ameaçados com multas pesadas e até punições físicas. Vídeos verificados mostram atos de violência explícita, como em Khan Younis, onde um homem mascarado foi visto atirando repetidamente no joelho de um suspeito com as mãos amarradas.
Além disso, relatos apontam que uma dúzia de indivíduos supostamente envolvidos no roubo de ajuda foram mortos em operações recentes. A repressão reflete a tentativa das forças vinculadas ao Hamas de controlar a situação em um território devastado por bombardeios contínuos de Israel, em retaliação ao ataque coordenado pelo Hamas em 7 de outubro.
Contexto de caos e crime organizado
Desde o início dos conflitos, o colapso das instituições e da ordem pública transformou Gaza em um terreno fértil para a ilegalidade. O mercado negro explodiu, com itens de ajuda humanitária sendo desviados e revendidos por preços exorbitantes, agravando ainda mais a crise humanitária.
A repressão, embora severa, revela a tentativa de um grupo enfraquecido de manter algum nível de controle em meio à desintegração da sociedade civil no enclave. A ação tem gerado divisões na opinião pública local, com alguns apoiando medidas extremas contra saqueadores, enquanto outros condenam a violência.
Uma crise em evolução
O cenário em Gaza continua desafiador, com organizações internacionais alertando sobre o agravamento da crise humanitária. Enquanto a repressão visa conter o lucro em tempos de guerra, muitos questionam os limites éticos e a eficácia dessas ações diante do sofrimento generalizado.