Três irmãs foram baleadas na tarde de terça-feira (21/05) na rua Melchior Giola, na favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo. Duas delas morreram.
O suspeito de cometer o ataque é ex-namorado de uma das vítimas, uma adolescente de 16 anos, identificada como Mirele Conceição dos Santos, que não resistiu aos ferimentos. A outra vítima, de 22 anos, Mickaelle Conceição Dos Santos, chegou a ser socorrida e levada para o Hospital Municipal do Campo Limpo, mas também não resistiu.
A terceira baleada, uma jovem de 21 anos, foi socorrida por testemunhas e levada para um pronto-socorro. Não há informações sobre seu estado de saúde.
O suspeito fugiu após o crime. Moradores forneceram o endereço do homem para os policiais que atenderam a ocorrência, mas o suspeito não foi encontrado e é considerado foragido.
O caso foi registrado como feminicídio no 89° DP (Jardim Taboão).
De acordo com o delegado William Wong, do 89° DP, o suspeito seria um traficante com diversas passagens pela polícia por roubo e tráfico. Ele deixou o sistema prisional há cerca de um ano.
Segundo familiares das jovens, Mirele teria se relacionado com o suspeito na época do Carnaval, mas teria desfeito o romance ao saber que o homem era casado. Depois ele teria visto Mirele com um namorado e passou a ameaçá-la de morte.
De acordo com informações do boletim de ocorrência, na noite de segunda (20) o suspeito e a esposa teriam levado Mirele para uma casa e a ameaçado com arma de fogo. Ela foi liberada, mas foi novamente ameaçada de morte caso contasse o ocorrido para a família. Mesmo assim ela relatou os fatos às irmãs e à mãe.
Na tarde de terça, Mirele e as irmãs estavam na porta da casa de um tio quando o autor dos disparos apareceu. Mickaelle então passou a discutir com o suspeito em razão das ameaças à irmã, e foi nesse instante que ele disparou contra o trio.
O local onde ocorreu o crime fica em uma das principais vias da favela, onde há comércio local e trânsito intenso de pessoas ao longo do dia.
Paraisópolis tem convivido com um cenário de violência recentemente.
Há um mês, um menino de sete anos ficou ferido após ser atingido no rosto por um objeto, durante uma troca de tiros entre PMs e suspeitos. De acordo com o advogado da família da criança, o menino perdeu a visão do olho direito.